“Quanto mais a gente tem para quem vender, mais vontade de produzir nós temos”, destacou a produtora Gracilene de Jesus, da Associação das Quebradeiras de Coco Babaçu do povoado Canto do Ferreira, em Chapadinha. A fala de Gracilene representa o pensamento unânime entre os agricultores familiares e indígenas beneficiados pelo Programa de Compras da Agricultura Familiar (Procaf). Ter para quem comercializar sua produção é uma preocupação constante dos pequenos agricultores e com o Procaf, os produtores têm para quem vender sem depender de atravessadores.

O Programa, criado pelo Governo do Estado, por meio do Sistema da Agricultura Familiar, permite a compra de produtos da agricultura familiar por dispensa de licitação, o que auxilia as famílias de maneira rápida a comercializar sua produção. Além de fortalecer a agricultura familiar, o Procaf contribui para enfrentamento da fome, pois os alimentos farão parte da dieta alimentar de instituições socioassistenciais dos municípios maranhenses.

O Estado destinou aproximadamente R$ 3 milhões (R$ 2.993.422,90) para associações de produtores rurais em 29 municípios do Maranhão, incluindo os municípios indígenas beneficiados pelo Procaf Indígena. Ao longo da semana passada, foram realizadas as assinaturas dos contratos junto às associações, capacitações dos beneficiários sobre o funcionamento do Programa e em algumas localidades ocorreram as primeiras comercializações.

Em Chapadinha, por exemplo, os alimentos produzidos pelas mulheres da Associação das Quebradeiras de Coco Babaçu do Canto do Ferreira, como hortaliças, leguminosas e produtos à base de babaçu (bolos, biscoitos e sorvete) irão complementar a merenda escolar em cinco escolas do município.

Ainda de acordo com dona Gracilene de Jesus, “é gratificante e importante esse programa que contribui para aumentar a nossa renda, valorizar a produção e ajudar a melhorar a alimentação das crianças nas escolas”.

No município de Matinha, o agricultor Deilson Rabelo, do povoado Ilha Verde, enfatizou que “o Procaf foi muito bem vindo pela comunidade que já trabalha com o PAA e, agora, com o Procaf vai nos ajudar ainda mais na melhora da produção”.

Para a agricultora Joselina Lima, moradora do povoado Arraial, na capital São Luís, com o Procaf o agricultor e a agricultora familiar estão sendo valorizados, pois não vão depender de atravessadores para vender a produção. “Com o atravessador só ele ganha e a gente sai perdendo porque vendemos a produção abaixo do mercado. E com o Procaf é pago um valor justo e incentiva a gente a trabalhar mais para comercializar”, afirmou a produtora.

Os alimentos produzidos pelos beneficiários do Programa serão destinados às entidades socioassistenciais, como Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), creches, escolas e hospitais.

Em Santa Rita, cerca de 250 crianças com faixa etária de 1 a 3 anos de idade, da Creche Tia Banga, receberão os alimentos produzidos da Associação Cai Coco. A diretora da Creche, Eulina Mendes, contou que, “o hábito alimentar tem que ser saudável e fico muito feliz em ver esta ação que vem beneficiar o agricultor, as crianças e suas famílias”.

O secretário de Estado da Agricultura Familiar, Júlio César Mendonça, ressaltou que “o Procaf em uma só ação conseguiu congregar todos os fatores de produção, de combate à fome e desnutrição, e acima de tudo, assegurando alimentos saudáveis para quem mais precisa”.

O Procaf contemplou os municípios de Presidente Dutra, São Luís, Viana, Cururupu, Matinha, Rosário, Paço do Lumiar, São João do Sóter, Chapadinha, Fernando Falcão, Santa Luzia, Pedreiras, Penalva, Timon, Anapurus, Pedreiras, Santa Rita, João Lisboa, Matões, Parnarama, Presidente Médice, Santo Amaro, Pindaré Mirim, Raposa, São Raimundo das Mangabeiras. Pelo Procaf Indígena, foram beneficiados os municípios de Jenipapo dos Vieiras, Itaipava do Grajaú, Arame e Maranhãozinho.

Ascom