Pela primeira vez na história, o Maranhão contará com uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) materna disponível na rede pública de saúde. O Governo do Estado inaugurou a nova ala do Hospital e Maternidade Marly Sarney na tarde desta terça-feira (28) e deu mais um importante passo no fortalecimento da rede materno-infantil no estado. Os oito leitos de UTI marcam uma nova era de cuidado e proteção às mães maranhenses.

A UTI Materna atenderá pacientes obstétricas graves, tanto no período pré, como intra e pós-parto, com doenças próprias da gravidez ou nela intercorrentes, requerendo internação em regime de cuidados intensivos. O serviço disponibilizará oito leitos para atender pacientes integradas ao Sistema de Regulação de Leitos Obstétricos da Secretaria de Estado da Saúde (SES), que assegura a transferência das gestações de alto risco para o Hospital e Maternidade Marly Sarney, unidade de referência.

O vice-governador Carlos Brandão representou o governador Flávio Dino durante a solenidade de entrega da UTI Materna e enfatizou que o Governo está trabalhando para mudar a realidade da saúde no estado, que ainda é deficitária em vários aspectos, a exemplo do cuidado materno. Ele explicou que muitas vezes a criança conseguia escapar de uma complicação, mas a mãe acabava não conseguindo devido a falta de estrutura.

“E agora nós temos esses leitos de UTI para atender as mães. Temos três maternidades aqui em São Luís. São cerca de 150 mil procedimentos por mês. Agora, com esse novo serviço, nós vamos ter mais oportunidades, pois ele era inacessível e com o olhar mais humano e mais presente do Governo ele está disponível”, disse Brandão, explicando que há oito anos o Hospital e Maternidade Marly Sarney não tinha uma intervenção na área de reforma e equipamentos.

O corpo clínico da UTI Materna é formado por plantonistas, especialistas em terapia intensiva, e ginecologistas obstetras. As pacientes contarão, também, com os cuidados de uma equipe de enfermagem especializada em UTI, assim como com o apoio de médicos nas especialidades de cardiologia, anestesiologia, neurologia, infectologia, fisioterapia respiratória, psicologia, entre outros.

O Secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, sublinhou que antes da UTI Materna, quando havia alguma ocorrência durante o parto ou mesmo no pós-parto, as mães tinham que ser deslocadas para outras unidades de saúde. “Já perdemos algumas mães nesta situação”, contou Lula, esclarecendo que isso ocorria ou por falta de uma UTI em outros hospitais, ou pela demora na intercorrência.

Ele ressaltou, ainda, que os leitos da UTI Materna são dotados do que há de mais moderno em equipamentos, inclusive com ferramenta de acompanhamento de pacientes via celular. Além disso, o secretário destacou outros avanços obtidos pela gestão do governador Flávio Dino na Marly Sarney. “Quem acompanha esta Maternidade ao longo dos dois últimos anos sabe o quanto aqui mudou. Hoje podemos dizer que não temos mais grávidas esperando para parir ou parindo em cadeiras, como a gente tinha. E, hoje, já com quase 200 leitos, a gente entrega não só equipamentos novos, mas também novos serviços”, reiterou Carlos Lula.

O secretário explicou ainda que a inauguração da UTI Materna faz parte da política de redução das taxas de mortes materno-infantil. “Essa também é mais uma iniciativa do Estado com esse intuito. A gente no ano passado já teve uma redução e é esse caminho que queremos percorrer, de continuar reduzindo a mortalidade materna no Maranhão para sair do patamar que temos hoje de um dos maiores do Brasil”, pontuou.

Sonho antigo

O diretor geral do Hospital e Maternidade Marly Sarney, Edison Cunha, disse que a inauguração da UTI Materna é algo tão almejado no atendimento às gestantes do nosso estado que representa a realização de um sonho.

“Nós que trabalhamos aqui na Unidade de Alto Risco da Marly Sarney recebemos muitas pacientes graves, oriundas do interior e muitas vezes não tínhamos para onde drenar essas pacientes que precisavam desse atendimento da UTI Materna. Então, hoje, com essa inauguração, a capacidade ganha muito com assistência a saúde materna, e, consequentemente, refletindo na redução desses indicadores de mortalidade materna”, realçou.

A mãe Francimara Reis Silva, que estava tendo alta da Maternidade nesta terça-feira (28), elogiou a iniciativa e disse que é essencial em casos graves. “É perigoso até morrer caso aconteça alguma complicação. Agora é melhor que tem mais segurança, caso precise de apoio”, frisou.

Ascom