Em reunião virtual nesta quinta-feira (20), o governador Fládio Dino conversou com o Embaixador da República Popular da China, Yang Wanming. Na ocasião, os líderes políticos trataram de ações diplomáticas e parceiras entre Brasil e China, vacina contra Covid-19 e união dos países pela cura da doença.  

“Registro que discordamos, frontalmente, de uma política externa em nosso país que não obedeça à Constituição Federal”, iniciou o governador, referindo-se ao Artigo 4º da Carta Magna, que enumera o respeito à autodeterminação dos povos, defende a paz, a solução pacífica aos conflitos e cooperação entre os povos no Brasil. “Assistimos, com muita tristeza, altas autoridades do nosso país descumprindo a Constituição. Além da gratidão, temos solidariedade e, no plano interno, no que pudemos influenciar como governadores dos estados, procuramos fazer com que a esfera institucional brasileira atue sempre com respeito a todas as nações”, enfatizou Dino. 

Flávio Dino prosseguiu frisando ser uma indignidade e inaceitável violência, qualquer tipo de preconceito, estigma e desmoralização de um país amigo do Brasil. “Valorizamos muito as relações com a República Popular da China. Tanto as econômicas, quanto políticas e culturais. A vacinação no Brasil não alcança a velocidade que precisamos e isso custa um alto preço em vidas humanas, todos os dias, se não fosse a parceria da China com Butantan e Fiocruz, não teríamos vacinação no Brasil. Isto deve ser citado, por questão de justiça. Temos que ser justos”, frisou o governador. 

Flávio Dino frisou que há respeito no Brasil com a China. “Há gratidão, na nossa sociedade, pelas relações comerciais saudáveis do Brasil com a China”, disse. Dino convidou o embaixador a ser porta voz do clamor pela vacinação. “Precisamos ampliar nossa cesta de vacinas. Estamos no limiar de uma terceira onda. Hoje, confirmamos a presença da cepa indiana e estamos tomando todas as medidas sanitárias que nos cabe. Isso mostra os perigos a que estamos expostos como nação. O fluxo contínuo de insumos ao Butantan e Fiocruz, a possibilidade de abertura de negociação comercial com a Sinofarm, são fundamentais para o bem maior, o da vida. Portanto, há o desejo, necessidade e urgência, que essas parcerias sejam cada vez mais produtivas”, enfatizou o governador do Maranhão.   

O embaixador da República Popular da China, Yang Wanming, se mostrou solidário ao apelo dos governadores por mais vacinas, e confirmou que há remessas de insumos já em andamento para a Fiocruz e o Butantan, suficiente para a produção de 12 milhões de doses de vacinas. Yang Wanming também abriu possibilidade para a aquisição de vacinas já prontas de laboratórios chineses. 

Em sua fala, o embaixador da China frisou que “é um compromisso da China, uma posição fundamental, a parceria com o Brasil no campo das vacinas”. O diplomata lembrou que seu país valoriza as gerações do Brasil que defendem o humanitarismo. “Assim como em outros setores, a nossa cooperação de vacinas também precisa de um ambiente político. O povo chinês não consegue entender porque pessoas individuais vêm fazendo declarações não amigáveis sobre a China”, apontou Wanming. 

Yang Wanming classificou de “práticas negativas” e que “causam distúrbios desnecessários para a cooperação internacional” tais comportamentos e declarações. “Contamos com a compressão da maioria dos governadores e manifesto meu agradecimento. Gostaríamos de trabalhar juntos com os senhores governadores para que os nossos povos compreendam melhor e apoiem as nossas políticas recíprocas e combatam as palavras absurdas que distorcem e atacam a parceria. Devemos reduzir o espaço dos mal-intencionados”, concluiu.