De grande valor histórico e arquitetônico, o Engenho Central São Pedro em Pindaré Mirim, construído em 1880, passou, após o declínio do ciclo do açúcar, por séculos abandonado. O que antes era apenas uma estrutura inutilizada às margens do Rio Pindaré, agora é um imponente equipamento completamente revitalizado. O governador Flávio Dino inaugurou, na noite da última sexta-feira (25), o espaço reformado, que abrigará a mais nova casa de cultura do estado.

O Centro de Cultura Engenho Central de Pindaré-Mirim funcionará com exposições permanentes e temporárias, memorial, cineteatro, salas de capacitação e realização de eventos culturais, num investimento de mais de R$ 4 mi resultante da parceria entre Governo do Estado e Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Para o governador Flávio Dino, dar funcionalidade ao Engenho é uma forma de valorizar as riquezas, a história e a cultura do Maranhão e do Brasil e, ao mesmo tempo, criar espaços de convivência e garantir acesso democrático a bens culturais. “Este é um espaço cultural do estado em Pindaré Mirim. Um antigo e tradicional engenho totalmente recuperado numa parceira do IPhan com o nosso Governo e a Prefeitura. Recuperamos o engenho, o entorno, as praças e agora entregamos o Centro Cultural. Esse novo equipamento corresponde ao resgate de uma dimensão fundamental do nosso patrimônio que está vivo e atuante e que, com certeza, vai propiciar lazer, cultura, boa convivência e educação para milhares de pessoas da região do Vale do Pindaré“, destacou Flávio Dino, lembrando que a restauração, apesar de dar novo significado ao prédio, foi feita minuciosamente, seguindo a mesma estrutura inglesa para não modificar a arquitetura do lugar.

O evento de inauguração do novo Centro Cultural movimentou a noite de Pindaré. Para anunciar que o Engenho estava, após anos parado, em pleno funcionamento, fumaça colorida saiu da chaminé e festival de fogos de artifício. A programação cultural incluiu a abertura da exposição fotográfica Recortes de Pindaré, exibição de emocionante videomapping com projeção de imagens da história e cultura da cidade na fachada do Engenho e na área externa, na região da praça, que também já passou por reforma. Foi realizada a apresentação do espetáculo Pão com Ovo, que animou adultos e crianças. Na oportunidade, também foi feita a entrega de certificados do Programa Mais Qualificação e Turismo e anúncio de diversas oficinas promovidas pela Secretaria de Estado da Cultura e Turismo (Sectur).

O secretário de Estado de Cultura e Turismo, Diego Galdino, defende que a entrega desse complexo – o equipamento cultural, somado à recuperação e urbanizar das praças, da área da igreja até as margens do Rio Pindaré – movimentará o turismos na cidade e aproximará os moradores de sua própria História. “É uma iniciativa muito importante para a comunidade, para toda a região, será um grande centro de turismo para toda essa área. Frequentadores tem que zelar e preservar, para manter a História viva”, pontuou o secretário.

O professor Dimas Teles, hoje aos 90 anos, lembra da antiga Pindaré, onde viveu na década de 60, e a Pindaré de agora. “Quando eu morei aqui eu era comerciante de arroz, no tempo que Pindaré era um grande produtor de arroz. E o Engenho sempre esteve aqui, como monumento. Agora, a cidade ganhou essa grande obra, que vai melhorar a educação, cultura e lazer, tudo isso vai melhorar a vida das pessoas e desenvolver ainda mais Pindaré”, defendeu o senhor.

Para o prefeito da cidade, Henrique Salgado, a nova obra se junta a outros tantos investimentos que o Governo do Estado realiza no município, revelando a valorização à cidade e à população do lugar. “Essa pareceria, não só com Pindaré, mas com todo o interior do estado, ajudando os municípios, é que tem transformado a realidade do estado”, disse o gestor municipal.

História

A construção do Engenho, datada no século XIX, deu origem ao município de Pindaré-Mirim. É uma obra simbólica, pois marca um período importante da história do Maranhão e do Brasil. É um exemplar arquitetônico açucareiro, testemunho de um ciclo histórico agroexportador maranhense. No local eram refinadas toneladas de açúcar, atraindo lucro para a região, na segunda metade do século XIX. O engenho possibilitou que Pindaré-Mirim fosse a primeira cidade a ter luz elétrica e linha de trem no estado.

Funcionamento

Ficará aberta de terça a sábado, das 9h às 11h e das 16 às 21h, e aos domingos, das 16h às 21h. No sábado (26) e domingo (27), o espaço já estará aberto a visitas.

Ascom