Moradores da avenida Augusto Teixeira já não aguentam mais os abusos que estão sendo praticados constantemente por um bar instalado em um antigo posto de gasolina da cidade de Codó.

Os vizinhos do estabelecimento comercial, identificado como Bar Altas Horas, relatam que são frequentes a perturbação do sossego. Segundo eles, ninguém consegue conversar em suas casas, assistir TV ou ter uma noite de sono tranquila.

“Aceito que as pessoas precisam defender seu ganha pão. Mas é um absurdo de barulho. A situação é ainda mais complicada porque aqui temos crianças e idosos que precisam dormir cedo”, disse uma das moradoras prejudicas.

Na noite deste sábado (09) o problema voltou a se repetir. Um mega paredão de som foi levado para o lugar e ligado no último volume. Além do abuso, as músicas que estavam sendo tocadas no local eram pornográficas, com letras recheadas de palavrões como FUD? CARAL? PORR? BUCET?.

O vídeo gravado por volta das 22h mostra que o Bar Altas Horas age sem nenhum respeito à lei, à constituição e ao sistema de garantias da infância e adolescência, dos idosos e dos moradores da região.

https://youtu.be/L6yEWXstgN0

Legislação

Conforme a legislação, o som alto, assim como outros meios de perturbar o sossego, é considerado uma contravenção penal com prisão de até três meses ou multa.

Já o Código de Trânsito estabelece punição para o som alto automotivo: infração grave (5 pontos), com penalidade de R$ 195,23 e retenção do veículo. Além disso, quem for pego perturbando “o sossego público” pode ser multado, mesmo sem medição do volume em decibéis.

O Código Penal determina a prisão de quem expõe publicamente músicas pornográficas:

Art. 234 – Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

  • 1º. Incorre na mesma pena quem: (…)

III – realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno.

Resposta da Polícia Militar

No final do ano passado, o comandante da Polícia Militar em Codó, Tenente Coronel Jurandy Braga, nos enviou uma mensagem explicando o que a PM já tinha feito para amenizar o problema.

“A Polícia Militar sempre que é solicitada, atende a ocorrência e manda diminuir o volume, não podemos ficar de plantão nesse bar pra fiscalizar o volume do som. O dono desse estabelecimento já foi até preso por desacato aos policiais, não por abuso no volume do som. A competência pra fiscalizar poluição sonora não é da Polícia Militar, é das Secretarias Estadual e Municipal do Meio Ambiente. A Polícia Militar atende essas ocorrências para não deixar o solicitante da ocorrência sem uma resposta, mas não é nossa competência. Eu sugiro que os vizinhos prejudicados ingressem com uma ação judicial pra cassar a licença desse estabelecimento”.