O deputado estadual Francisco Nagib utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa para criticar o governo estadual, alegando desvio na destinação de suas emendas parlamentares. Durante o discurso, ele atacou o governador Carlos Brandão e questionou os procedimentos técnicos adotados pela equipe de Saúde do Estado.

Segundo Nagib, os recursos inicialmente destinados para consultas oftalmológicas em Codó teriam sido redirecionados, sem sua autorização, para a realização de cirurgias oftalmológicas que beneficiaram não apenas Codó, mas também municípios vizinhos.

O parlamentar justificou sua indignação apontando uma suposta “demanda reprimida” em Codó, apesar de não ter acesso direto aos registros da Secretaria Municipal de Saúde, que era gerida por seus adversários políticos.

Contudo, é importante destacar que, enquanto os parlamentares têm o direito de indicar áreas prioritárias para suas emendas, a aplicação dos recursos é responsabilidade do Executivo, que segue critérios técnicos e o planejamento do Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS estabelece prioridades com base em demandas reais, e não em interesses individuais.

Durante o discurso, Nagib também acusou o governador Carlos Brandão de praticar “coronelismo”. Paradoxalmente, ele declarou que a equipe da Emserh (Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares) “entrou na minha cidade, sem a minha autorização”, revelando uma visão personalista sobre o município de Codó, como se este estivesse sob sua posse ou controle direto.

A declaração levanta questionamentos sobre o entendimento do deputado a respeito do funcionamento das políticas públicas. É necessário lembrar que, em uma democracia, ações públicas são regidas por leis e atendem ao interesse coletivo, não a interesses particulares.

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O episódio reacende o debate sobre a necessidade de maior transparência e alinhamento entre os poderes Legislativo e Executivo na implementação de políticas públicas. Também aponta para a relevância de órgãos como o Ministério Público no acompanhamento de casos que possam configurar interferência ou uso indevido de prerrogativas parlamentares.

Com informações do Portal O Informante