Flávio Dino, governador do Maranhão, se filiou ao PSB nesta terça-feira (22). O ato aconteceu em Brasília e marcou também o ingresso no partido do deputado federal Marcelo Freixo (RJ) e do ex-deputado Givaldo Vieira (ES).
No comando do Estado desde 2014, quando foi eleito e reeleito (2018) no primeiro turno, Dino deixou o PCdoB no último dia 17, depois de 15 anos. Ele também foi deputado federal pelo Maranhão entre 2007 e 2011 e Presidente da Embratur de 2011 a 2014, na gestão da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).
Durante a cerimônia de filiação, Flávio Dino disse que chega ao PSB para defender uma frente ampla contra o bolsonarismo, que vá dos comunistas aos liberais progressistas, passando por setores da igreja, como católicos e evangélicos progressistas, além de lulistas e petistas, e, sobretudo, “aqueles que não têm opinião política”. “O que a conjuntura exige é que nós consigamos juntar, unir, quebrar preconceitos para que a democracia possa prevalecer”, comentou.
Dino afirmou também que a eleição de 2022 não é uma eleição qualquer, “é uma batalha fundamental em torno de tudo que nós conseguimos concretizar, plasmado, sobretudo, na Constituição de 1988”.
“A eleição de 2022 é um plebiscito, entre aqueles que querem a continuidade da democracia com o povo contra um projeto de extermínio nacional e popular, de destruição da nação. É isso que está em jogo. E nós não podemos cometer erros”, discursou o governador. E prosseguiu, sem pausa. “Aqueles que, como nós, estavam nas trincheiras políticas a beira do golpe militar de 1964 às vezes não enxergaram, minimizaram o problema, não por deformação moral, não é isto, é porque nós somos militantes da esperança e da alegria e às vezes tendemos, em razão desses valores que nos movem, a minimizar o mal, a minimizar a maldade. Nós acreditamos que o bem sempre vence e vence mesmo, mas aqueles que estavam assistindo a ascensão de Hitler e Mussolini, na Alemanha e na Itália, não viram o perigo. Nós estamos vendo o perigo. O perigo aí está. O perigo está no poder. E o perigo está matando 500 mil famílias, que já sofreram danos eternos. É esta carga de responsabilidade que eu trago ao decidir vir para o PSB. Venho pelo Maranhão, é claro. Mas também venho pelo Brasil. A nossa tarefa não é pequena”, declarou.
Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, seguiu a mesma linha e defendeu uma ampla união política para as próximas eleições, além de relembrar figuras emblemáticas que passaram pela legenda na luta pela democracia, como Miguel Arrais, Jamil Haddad e Eduardo Campos, ao afirmar que a vinda de Flávio Dino, Marcelo Freixo e Givaldo Vieira faz parte de uma renovação proposta pelo próprio partido.
“Agora estamos juntos para reescrever e reforçar a luta pela democracia, para esse momento cuja contradição principal, sem escamotear nenhuma das outras que existe, é entre autoritarismo e democracia”, pontuou.
Marcelo Freixo, que é pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, reafirmou que “a eleição de 2022 pode ser a última, uma vez que a democracia está em risco”.
“A gente tá entrando num partido que foi fundamental e a sua história é uma história de luta por liberdade e de luta pela democracia. Então, faz muito sentido [se filiar] nesse momento da história do Brasil, nesse momento de autorreforma do PSB. A gente quer contribuir pra estar nessa outra reforma. A luta política tem que ser pedagógica, ela precisa ser uma luta onde a gente tem a capacidade de falar com os diferentes e com os indiferentes, mas que seja fundamentalmente uma política capaz de ouvir, a gente tem que ter capacidade de escuta para uma sociedade que está muito sofrida”, completou Freixo.
Diversas lideranças do PSB participaram do ato, como Alessando Molon (RJ), líder da oposição na Câmara, Paulo Câmara, governador de Pernambuco, João Campos, prefeito de Recife, Márcio França, ex-governador em São Paulo, Danilo Cabral (PE), líder do PSB na Câmara, e o deputado federal Bira do Pindaré (MA). Também estiveram presentes autoridades maranhenses como o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), Marcelo Coelho, presidente municipal do PSB em Codó, o senador Weverton Rocha (PDT) e a senadora Eliziane Gama (Cidadania).
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