A atriz Heloísa Périssé, de 57 anos, contou que fez sexo com o marido durante cem dias consecutivos, em entrevista ao programa “Surubaum”, comandado pelo casal Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso. A revelação repercutiu nas redes sociais, e a artista relatou que as pessoas ficaram “chocadas”. Afinal, existe uma frequência ideal para as relações sexuais?

Segundo estudo da Sociedade Internacional de Medicina Sexual (ISSM, na sigla em inglês),  35% dos casais têm, em média, entre uma e três relações por mês. Para 5% das pessoas com parceiro, a frequência não ultrapassa dois encontros sexuais por ano.

A pressão social em relação ao que se espera à frequência sexual pode deixar as pessoas apreensivas sobre corresponder ao que é considerado padrão. A ISSM reforça que não existe um número considerado ideal ou “normal”, e que o sexo não deve ser encarado como um critério que determine felicidade ou longevidade de uma relação.

A quantidade de relações sexuais pode depender do que funciona para as pessoas envolvidas, além de uma série de fatores como estresse, emprego, responsabilidades familiares e falta de tempo.

Expectativas dos homens são maiores

As expectativas de homens e mulheres em relação à frequência ideal de relações sexuais são diferentes, como revela o estudo Mosaico 2.0, realizado pelo Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Para a pesquisa, foram ouvidas mais de 3 mil pessoas, entre 18 e 70 anos. 

Três é o número ideal de relações por semana para as mulheres, enquanto para os homens é de oito vezes. No entanto, a realidade é diferente: o grupo feminino relatou fazer sexo duas vezes por semana e o masculino, três.

O levantamento mostrou, ainda, que ambos os gêneros consideram o sexo como essencial para a harmonia do casal, conforme apontado por 96,2% dos homens e 94,4%das mulheres. Algumas preocupações também foram destacadas quando se trata de sexo, como a “possibilidade de contrarir doenças”, marcada pelas mulheres. Já o “temor de não satisfazer a parceira” foi a opção mais escolhida pelos homens. 

De acordo com informações do médico cancerologista Dráuzio Varella, a ansiedade é a causa emocional que mais bloqueia o mecanismo da ereção. O homem pode ter medo de falhar mais de uma vez ou se sentir inibido quando se relaciona com alguém que desperte atenção especial.

Comunicação permite compartilhar desejos, limites e anseios

Em uma pesquisa realizada pelo aplicativo de paquera Happn, 95% dos entrevistados afirmaram que a comunicação é extremamente necessária para garantir a qualidade do sexo com o parceiro.

Os usuários afirmam que, para aprimorar a intimidade e nutrir a satisfação nas relações, é fundamental ter um canal de comunicação claro e direto sobre desejos, preferências e limites, compartilhando fantasias e anseios de maneira aberta. Dessa forma, é possível entender como proporcionar prazer para que ambos cheguem ao orgasmo.

O diálogo permite identificar os interesses dos envolvidos, como fetiches e objetos que podem aprimorar a relação e ajudar a sair da rotina. Vibradores, massageadores, coleiras e capa peniana são alguns dos brinquedos sexuais que podem enriquecer os momentos íntimos.

Além de serem usados entre casais, os brinquedos sexuais, como o pênis de silicone, também são um meio de autossatisfação. Eles podem ser usados para o prazer sexual durante a masturbação.

Segundo Thais Zeque, ginecologista e membro da Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana (SBRASH), um estimulador funciona para pequenos e grandes lábios, base do pênis e clitóris. Ela explica que a mulher pode ter múltiplos orgasmos com ele, porque não fica só na mesma região.

Em entrevista à imprensa, a sexóloga Ana Canosa reforça que brinquedos eróticos e lubrificantes facilitam a excitação e o orgasmo, podendo trazer ludicidade à relação sexual e fornecer experiências sensoriais diferentes.