Estudantes indígenas da Terra Indígena Bacurizinho, localizada no município de Grajaú, Maranhão, alcançaram uma conquista histórica ao vencer a 67ª Jornada de Foguetes, realizada de 4 a 7 de novembro, em Barra do Piraí (RJ).
A equipe, composta por nove alunos das escolas indígenas Y’yzar Lorena e Tamarinda, conquistou o primeiro lugar na categoria de ensino fundamental ao realizar um lançamento de 389 metros, garantindo uma posição de destaque no ranking histórico da competição.
A participação foi fruto do excelente desempenho obtido na Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), ocorrida em maio na Aldeia Arymy, como parte do projeto Astronomia no Sertão. A iniciativa é coordenada pelos professores Genilson Martins, do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), e Daniely Gaspar, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Inclusão e ciência de mãos dadas
O projeto faz parte das iniciativas GLOBE e STEAM, da Agência Espacial Brasileira (AEB), que buscam popularizar a ciência em comunidades indígenas e rurais, promovendo a inclusão em eventos científicos de grande porte.
“A participação dos estudantes indígenas é uma oportunidade de valorização cultural e transformação social”, destaca a professora Daniely Gaspar. “Com o conhecimento científico, eles se tornam mais preparados para proteger os interesses de seus povos, unindo saberes tradicionais e acadêmicos para preservar territórios, tradições e direitos.”
Ela também ressaltou que iniciativas como essa incentivam os jovens a criar soluções inovadoras para desafios locais e globais:
“Nosso objetivo é ampliar horizontes e mostrar que a ciência pode ser uma ferramenta poderosa de preservação e desenvolvimento sustentável.”
Parceria com a AEB
A Agência Espacial Brasileira, por meio de um Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado com a UFMA, apoia projetos como o GLOBE e STEAM no Maranhão. Essas ações integram o programa AEB Escola, que dissemina o conhecimento científico por meio da educação espacial.
Segundo Aline Veloso, Coordenadora de Desenvolvimento de Competências e Tecnologia da AEB, a combinação entre práticas STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) e os protocolos do Programa GLOBE proporciona uma interação única entre atividades aeroespaciais e o estudo do meio ambiente.
“Temos na equipe Bacurizinho um exemplo de como o conhecimento tradicional aliado à ciência pode contribuir para o desenvolvimento da sociedade”, enfatizou Veloso.
Protagonismo indígena em destaque
A vitória da equipe Bacurizinho simboliza o impacto positivo das iniciativas educacionais que aproximam comunidades indígenas do universo científico. Além de estimular o interesse pela astronomia, a conquista reforça a importância do protagonismo indígena em eventos de relevância nacional.
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