“Cada estudante que nós alcançamos e envolvemos nas discussões sobre o trabalho escravo é uma família, é um vizinho, é um amigo que se torna mais consciente de que podemos e devemos combater essa mazela que, infelizmente, ainda é uma realidade no século XXI, macula o direito à cidadania, e fere a dignidade humana”, declarou o secretário Felipe Camarão, ao analisar o alcance do Programa Escravo, Nem Pensar! (ENP) edição 2018, durante o encerramento do III Encontro Formativo para Educadores, realizado no dia 31 de outubro.

Estudantes levam temática de combate ao trabalho escravo às ruas de São Luís. (Foto: Divulgação)

Implantado em 2015 pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e pela ONG Repórter Brasil, o Programa Escravo, Nem Pensar! já alcançou, até agora, 240.873 pessoas com ações de prevenção ao trabalho escravo, desenvolvidas em 474 escolas, de 138 municípios maranhenses. Só este ano, 109.504 pessoas, de 383 escolas em 76 municípios, de oito Unidades Regionais de Educação (UREs) foram envolvidas, até o momento, nas atividades interdisciplinares e projetos pedagógicos, com o objetivo de disseminar o tema junto às comunidades vulneráveis ao aliciamento de trabalhadores e ao uso de mão de obra escrava no estado.

Nas formações realizadas com gestores e técnicos, foram trabalhadas temáticas relacionadas ao trabalho escravo, como: migração, trabalho infantil e tráfico de pessoas. Esses profissionais têm a missão de serem multiplicadores dessas temáticas nas escolas e, consequentemente, nas comunidades onde as unidades escolares estão inseridas.

O Maranhão é estratégico no combate ao trabalho escravo no país, porque é o estado que mais emite trabalhadores migrantes, que são explorados em outros lugares do país. O lado bom é que as ações implantadas nos últimos anos colocaram o estado entre os cinco primeiros do país em número de trabalhadores libertados de situações análogas à escravidão, em seu próprio território. Entre 1995 e 2017 foram resgatados 3.335 trabalhadores maranhenses de atividades como pecuária, construção civil, carvoarias e lavouras.

No Maranhão, o programa ENP tem parceria da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), e apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae).

Ascom