A música gospel é um negócio bastante lucrativo, isso certamente é algo que todos podem concordar, mas dentro desse nicho de negócio, existe uma prática bastante comum, que beira a irregularidade.
Se trata dos valores cobrados pelos artistas gospel, os cachês que recebem por cada apresentação. Os números, além de altos, não são fixos, e podem ser até três vezes maiores, se o evento for pago com dinheiro público.
Não é de hoje que a grande maioria dos cantores gospel tem levado verdadeiras fortunas de prefeituras, por uma apresentação igual, ou inferior a feita em eventos bilhetados.
Os valores são surpreendentemente maiores, dos que são cobrados em shows convencionais.
Para se ter uma noção, cantores que cobram entre R$5.000 e R$10.000 em eventos bilhetados ou igrejas, chegam a cobrar até R$35.000 em eventos pagos por prefeituras. Esses são aqueles cantores “Menores”, com menos sucesso.
Já aqueles mega artistas, os famosos de grandes gravadoras, esses costumam cobrar acima dos cem mil reais.
Dia do evangélico
Em 2010, o presidente Lula instituiu a Lei nº 12.328, que criou o dia do evangélico, a ser comemorado no dia 30 de Novembro.
A criação da lei foi comemorada pelos evangélicos, como um reconhecimento do governo a importância dos evangélicos no país, ou algo do gênero.
No entanto, as produtores de eventos gospel vibraram ainda mais com essa notícia, já que isso possibilitou a realização de mais eventos pagos pelas prefeituras.
Só em 2015, estimou-se que o mercado gospel movimentou naquele ano, cerca de R$21 bilhões, o que prova o quão lucrativo é esse mercado.
Quem são?
Certamente as pessoas querem saber, quem são os cantores gospel que aumentam o cachê em até três vezes, quando o evento é pago por uma prefeitura.
Infelizmente ainda não conhecemos quem não faz isso, e pra não cometer o erro de deixar alguém de fora da lista, nem vamos citar nenhum nome.
Até onde se sabe, todos fazem isso, mas pode ser que exista uma viva alma que mantenha seus princípios.
Em 2011, o grupo Diante do Trono foi citado em um processo do Ministério Público, por usar dinheiro público para gravar um DVD ao vivo.
Segundo o diário oficial do município de Natal-RN, a prefeitura pagou R$250 mil reais por um show, que a banda aproveitou a presença de 60 mil pessoas e gravou o evento, que certamente ainda lhe rendeu uma boa grana com a comercialização dos DVD’s.
Pouco tempo depois, André Valadão também recebeu R$200 mil reais por um evento na prefeitura de Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco.
Na época, a cidade estava atravessando uma enorme crise financeira, mas André justificou dizendo que o valor era uma ajuda também para a gravação do seu DVD na cidade.
Ha pouco tempo atrás, publicamos uma cópia do orçamento do show de Aline Barros. Ao ser informado que o evento seria para uma prefeitura, o escritório da cantora cobrou R$115 mil reais pelo show. O mesmo show é vendido por R$40 mil para eventos bilhetados.
Crime?
Um dos significados de superfaturar, é; Cobrar preço excessivamente alto por (algo).
Além disso, o país atravessa uma enorme crise, o número de desemprego é altíssimo, e ainda assim, cantores gospel se beneficiam de prefeituras, abusando de seu potencial financeiro para tirar o máximo possível de dinheiro.
Não estaria na hora do Ministério Público começar a investigar toda essa farra?
Com informações do site O FUXICO GOSPEL
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