Dados da Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) registraram quase 4 mil casos de casos golpes virtuais efetuados em um aplicativo de mensagens, no Maranhão, em 2022. A modalidade de crimes cibernéticos têm crescido, em todo o país, nos últimos anos.

De acordo com informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA), por meio do Sistema Integrado de Gestão do Maranhão (Sigma), o Maranhão, em 2021, apresentou um crescimento no número de ocorrências no ambiente virtual, com1.269 casos registrados. Dentre as principais formas de atuação dos criminosos, constam o estelionato e a invasão de sistemas e dispositivos, com 1.178 registros e 87 casos, respectivamente.

O advogado Arnon Coelho foi mais uma das vítimas de golpes virtuais praticados no estado. Em entrevista à TV Mirante, o advogado informou que, após acessar um link cujo endereço havia sido adulterado por hackers, suspeitos tiveram acesso a uma de suas redes sociais, e pediram dinheiro aos contatos. Um depósito bancário, no valor de R$ 500,00, chegou a ser realizado para os suspeitos.

“São pessoas conhecidas do Instagram [aplicativo para compartilhamento de fotos e vídeos]. Foram duas: uma pessoa teve a conta (do Instagram) hackeada e a outra conseguiu fazer a transferência do PIX, que o hacker estava fazendo os golpes. Não recomendo a ninguém clicar em link nenhum, ou qualquer tipo de código que alguém mande, que você não conheça, porque essa situação é bem chata”, disse.

Com o uso sofisticado de algoritmos, capazes de realizarem organizações de dados baseados em pesquisas de usuários em páginas na internet, os golpistas conseguem convencer as vítimas, tornando propício o roubo de dados, alterações de identidades e outras violações de segurança. O advogado, especialista em direito digital, Diego Moraes, informa que a população deve estar atenta às formas de prevenção para este tipo de crime.

“Em um primeiro momento, a vítima tem que comunicar à delegacia e fazer o boletim de ocorrência. Hoje, nós temos a Delegacia Online [na sede da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), em São Luís]. A partir, é possível fazer o boletim de ocorrência colocando os dados informados, no caso do sequestrador; no caso do criminoso. Muitas vezes, colocando o número da conta PIX, que eles enviam, e, também, o número dos telefones”, explica.

Diego Moraes também informa que há um padrão nos mecanismos de atuação dos criminosos, relacionado à utilização de links para direcionamento e o uso de perfis falsos.

“Eles sempre utilizam, praticamente, perfis de redes sociais, que são clonados. Eles pegam, criam um perfil falso, com imagens daquele perfil verdadeiro, e começam a informar que a pessoa vai participar de uma promoção, ou que ela ganhou alguma promoção. E, a partir daí, a vítima, que não tem conhecimento das informações, acaba conversando e trocando mensagens”, concluiu.

Com informações do G1 Maranhão