Após receber reclamações de familiares, o Blog do Marco Silva publicou a informação de que o corpo do pequeno Lucas Stênio Silva Moreira, de apenas 8 anos, permaneceu no Morgue do HGM por quase 10 horas. A demora se deu em decorrência da indisponibilidade de um médico legista.
Sobre o assunto, o médico legista Cláudio Paz, responsável pelos laudos necroscópicos feitos em Codó, emitiu uma Nota de Esclarecimento sobre o ocorrido. Leia abaixo
Caro blogueiro, o Posto do IML Codó é uma sucursal do IML de Timon – MA, todavia que as perícias médicas de maiores complexidades deverão ser realizadas em Timon. A sucursal em Codó, segue suas atividades durante o período das 6h00 às 20h00 (horário estabelecido no ofício Nº 657/2019, do Instituto Médico Legal de Timon, por Joaquim José Marques da Silva, então diretor), devidamente informado à Direção do HGM, inclusive sendo afixado o documento no morgue, cabendo à assistente social plantonista informar a família. Lamentamos profundamente a morte de Lucas Stênio Silva Moreira, porém o laudo necroscópico foi realizado em tempo hábil e mesmo sem a solicitação da Delegacia de Polícia Civil, liberamos o corpo para a família enlutada! Atualmente na sucursal Codó, seguimos com um médico legista e um auxiliar de necropsia, e mesmo com esse quadro deficitário de servidores, já realizamos em 2020 os exames cadavéricos de natureza:
Arma de Fogo: 20
Arma Branca: 11
Acidente Trânsito: 09
Descarga Elétrica(Eletroplessão): 04
Enforcamento: 03
Estrangulamento: 01
Esganadura: 01
Total: 49 procedimentos
Dentre esses, realizamos 02 exames cadavéricos da cidade de Timbiras, eximindo a família da vítima de deslocar-se até Timon.
Para finalizar, realizado também a retirada de vários projéteis de arma de fogo e posteriormente encaminhados para perícia técnica, coleta de sangue que também foram encaminhados para análise no laboratório do ICRIM (Instituto de Criminalística – MA) em São Luís, com objetivo de ajudar na elucidação dos delitos.
Seguimos à disposição da população codoense, prestando nossos serviços de uma forma séria, transparente e respeitosa!
Bom dia, não quero jamais desprezar os protocolos, os quais existem para o disciplinamento dos procedimentos. Contudo, está informação sobre o protocolo só foi passado pela família depois de todo o calvário quintuplicado passado pela família, amigos e conhecidos. Outra coisa a família, os amigos e conhecidos conseguiram o contato do médico legista que se pronunciou e de seu auxiliar Marcos, entramos em contato insistentemente.
O retorno veio por meio do auxiliar, o qual nos informou que nada poderia fazer sem autorização.
Ressalto que o corpo era de uma criança de 08 anos o qual nunca tivera ficado longe de seus familiares e, justamente por causa da violência crescente e da criminalidade, sofreu violência tambem do Estado Democrático de Direito. Foram violentados o corpo da criança de 08 anos, a família, os amigos e os conhecidos e quem cometeu a brutal violência além dos assasinos, foi o Estado!!
Com relação ao Luquinhas, nada podemos fazer, no entanto, não queremos ver esta violência se repetir novamente em nossa cidade.
Àqueles que elaboram os protocolos, o façam com o coração e com a razão, sejam solidários, tenham empatia pela vítima e por sua família.
Sofrer violência por conta da criminalidade não é admissível, agora sofrer violência por meio daquele que deveria nos dar segurança, guarida, socego… principalmente em um momento como este!
Não queremos rasgar biografia, não queremos sujar nomes, queremos que Deus acalme o nosso coração e nos console pela perda de nosso Luquinhas e também que, o Estado seja solidário com a nossa perda e que a partir de agora seja mais humano.
Não somos números… que foi brutalmente assassinado foi Lucas Stênio Silva Moreira, uma criança de 08 anos que ficou em uma pedra das 21h30min do dia 04 até 07h28min do dia 05 do 09 do corrente ano.
Por favor vamos mudar isto!!!
Lamentável!
Nas afirmações acima o que mais exige reverberar é a “…falta de empatia” do médico legista. Ora, tal servidor público deve, no mínimo, entender que as desculpas apresentadas, fundamentadas ou não em do documentos e orientações dos seus superiores, não suavizam nem de perto a dor da família enlutada. Como pode ele ter sido informado do caso e ter dormido na tranquilidade da noite em sua cama confortavelmente em contraponto ao desespero da família. Espero que jamais nada semelhante possa ocorrer na família do mesmo, mas duvido muito que se fosse alguém da família dele ou de amigos próximos isso viria a acontecer. Em outro pais já seria suficiente para o mesmo entregar o cargo, pois ninguém tem o direito de não ouvir clamor da dor alheia. Atitude intolerável para um médico, político e cidadão. Dr Cláudio o senhor me envergonhou com essa atitude.
Sr. Antônio Carlos e Sra. Maria Clara, parabéns pelas colocações. Sinceramente, evito comentar essas “notas” pois o desgaste emocional (estresse) é muito grande.