O que parecia ser uma noite comum entre um casal de noivos se transformou, no último dia 9 de novembro, em um caso misterioso e que envolve uso de drogas, sexo, violência e morte. A Polícia Civil de Goiás investiga o que teria acontecido no interior de um quarto de motel de Brasília (DF), entre a modelo Marcella Ellen Paiva Martins, de 31 anos, e o empresário Jordan Guimarães Lombardi, de 39. Isso porque o homem foi assassinado com um tiro no olho direito e, horas depois, a namorada foi presa no estado vizinho, entorpecida, após ter, supostamente, tentado escapar do local, armada e seminua.
A defesa de Marcella, que é modelo, influenciadora digital – com mais de 50 mil seguidores – e ex-acompanhante de luxo, afirma que a mulher agiu em legítima defesa, depois de ter sido agredida, segundo ela, por ter cobrado atitudes de Lombardi em relação a supostos abusos sexuais que a filha dele estaria sofrendo por parte de seu padrasto, e que ela havia descoberto. A polícia ainda não confirma essa informação. O depoimento de um garoto de programa, ouvido esta semana em sede policial, acrescentou ainda um novo elemento no caso: contratado para realizar sexo a três com o casal, ele conta, segundo apuração da Folha de S. Paulo, que a confusão teria começado quando o namorado, enciumado, teria partido para cima dele, para agredi-lo. Ao ver, durante a briga, que a mulher possuía um revólver, ele conta que fugiu, com medo.
Carro de meio milhão de reais
Não se sabe ainda o que teria acontecido em seguida. Após ter dado o tiro que provocou a morte de Jordan, a polícia afirma que ela tentou escapar de forma atabalhoada da cena do crime com o carro de luxo dele, um Audi avaliado em mais de R$ 500 mil, mas o veículo acabou desativado por um sistema de segurança via satélite quando ela transitava pela BR-070. A pé, desesperada, e supostamente sob efeito de álcool e cocaína, ela então desceu do carro e assaltou, com o mesmo revólver usado para matar o empresário, o motorista de uma Kombi, prosseguindo em fuga agora com o furgão.
Ela só foi encontrada por policiais em um posto de gasolina no distrito de Edilândia, em Cocalzinho de Goiás (GO), a mais de 110km de distância do motel, após denúncia feita pelo condutor da Kombi, que havia acabado de ser assaltado. Foi presa em flagrante por homicídio qualificado e roubo com emprego de arma de fogo. Na pistola apreendida com ela, havia ainda quatro balas. No Audi, que precisou ser deixado às margens da rodovia, agentes encontraram ainda drogas.No dia seguinte, ela já teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pelo juiz Flávio Fiorentino de Oliveira, da Vara Criminal de Cocalzinho de Goiás, após audiência de custódia.Responderá pelos crimes em regime fechado.
Na decisão, o magistrado afirma que, no processo, “os indícios de autoria e a materialidade encontram-se presentes, firme nos elementos de informação constantes dos autos, especialmente o Auto de Prisão em Flagrante Delito, os Termos de Depoimentos e Interrogatórios”. E acrescentou que mostra-se presente, ainda, o “risco à ordem pública, visto que se tratam de crimes graves – homicídio consumado, roubo tentado mediante ação violenta e grave ameaça mediante uso de arma de fogo, demonstrando a gravidade concreta dos delitos. Ademais, evidente o abalo emocional da custodiada, constatado nesse ato, o que reforça a necessidade da segregação preventiva para garantia da ordem pública”.
O GLOBO não conseguiu contato com o advogado de Marcella, Johnny Cleik Rocha da Silva, até a publicação desta reportagem.
Vida de luxo
Marcella e Jordan teriam se conhecido há cerca de três anos. Noivos, viviam uma vida de alto padrão e preparavam para se casar em breve. Os dois moravam em Moema (SP), e faziam uma viagem de carro a Brasília, quando decidiram parar no motel. Nas redes sociais, a modelo ostenta fotos em destinos como Paris, na França, Ilhas Maldivas e Dubai.
Com informações do jornal O Globo
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