Especialistas apontam que o próximo ano deve contar com novidades no cenário das criptomoedas, com algumas delas prometendo ser bastante promissoras em termos de retorno para quem resolva apostar nesses ativos. O número de brasileiros que investem na categoria tem registrado aumento e inspirado atualizações de projetos de lei e regulamentações para o setor. 

A quantidade de investidores brasileiros em moedas digitais aumentou 1% entre 2021 e 2022, segundo estudos da sexta edição do “Raio X do Investidor”, publicado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram ainda que esse quantitativo representa mais de 6 milhões de indivíduos investindo em ativos digitais. 

Apesar da queda nos preços das criptomoedas no ano passado, houve um contínuo crescimento do público investidor, resultando em uma recuperação em 2023. Mesmo diante do risco de recessão e da busca por investimentos de renda fixa por parte de muitos investidores, observa-se um aumento constante no número de pessoas que buscam autonomia para gerenciar seus ativos digitais.

Perspectiva de valorização em meio à volatilidade do mercado

Para entender como funcionam as criptomoedas, vale ter em mente também o que é renda variável, já que esses ativos operam nessa modalidade de investimento. Composta por produtos financeiros, a renda variável é um tipo de aplicação volátil, em que os valores podem variar ao longo do tempo.

Nessa modalidade, os investidores enfrentam riscos maiores, mas também têm a possibilidade de alcançar maiores rendimentos, pois não há limitações nas taxas de juros. Ou seja, investir em títulos de renda variável, como as criptomoedas, é uma maneira de potencializar os lucros, mesmo que não haja garantias ou previsão acerca da rentabilidade desejada.

Com a proximidade do Halving do Bitcoin, evento sobre a principal criptomoeda do mundo, previsto para abril de 2024, existe o potencial de impulsionar esse ativo para uma nova máxima de preço. Especialistas indicam que ajustes no equilíbrio entre oferta e demanda são esperados, o que pode resultar em um pico de ciclo, especialmente no ano seguinte, em 2025.

É importante ressaltar que, embora sejam prósperas, as criptomoedas estão sujeitas às variantes de oferta e procura. Estas flutuações são influenciadas por diversos fatores, como a concorrência com ativos tradicionais e a limitada inserção no mercado.

Essa dinâmica justifica o fato de as criptomoedas terem tido um desempenho negativo nos primeiros meses deste ano. Contudo, a instabilidade do mercado oferece oportunidades para aqueles que estão começando seus investimentos ativos, possibilitando aquisições a preços ainda mais vantajosos. Assim, conforme previsões de especialistas, embora dependente do cenário macroeconômico, há uma tendência de valorização das criptomoedas em 2024. 

Criptomoedas mais promissoras para o próximo ano

A equipe de análise de uma plataforma de investimentos em bitcoins fez um levantamento a partir de sua experiência no ramo e identificou as moedas mais promissoras para 2024. Embora prever o futuro das criptomoedas seja desafiador, devido à volatilidade do mercado, os estudos oferecem uma perspectiva para os novos investidores.

De acordo com o estudo, o Bitcoin (BTC) – líder do mercado – tem o poder da mineração protegendo a rede, além da segurança efetivada por meio de milhares de usuários que executam o software em suas máquinas. Além disso, em constante desenvolvimento, as transações são de baixo custo e ocorrem de maneira praticamente instantânea. 

Quanto à Ethereum (ETH), primeira criptomoeda que facilitou a criação de contratos inteligentes e tokens em sua blockchain, deve ser ainda mais valorizada em função de mais de 900 aplicações descentralizadas construídas na rede. Ela conta ainda com mais de 790 mil validadores, proporcionando maior segurança. 

A Polygon (MATIC) destaca-se por suas taxas menores e maior potencial na execução de projetos que demandam grande número de transações, enquanto a Uniswap (UNI) lidera o mercado de trocas descentralizadas entre diferentes ativos digitais, possibilitando agir de forma automatizada sem a necessidade de intermediário.

Outras criptomoedas que prometem trazer bons retornos incluem a Arbitrum (ARB), que opera na modalidade de rollup, para reduzir taxas de registro e custos de transação; a DYDX, também especializada em trocas descentralizadas; e a Render Network (RNDR), que aposta na indústria de processamento gráfico.

Solana (SOL), concorrente da Ethereum, voltada para dispositivos móveis; Aave (AAVE), criptomoeda da plataforma de empréstimos; e Lido DAO (LDO), número um em staking líquido na Ethereum são outros nomes que integram a lista.

Novidades na tributação para investidores e criptomoedas no Brasil

Há menos de um mês, o plenário do Senado aprovou o projeto de lei que defende a tributação da renda aos cidadãos residentes no Brasil que fazem investimentos por meio de corretoras estrangeiras. O novo texto do projeto, que agora aguarda sanção presidencial, estabelece a cobrança de uma alíquota de 15% de Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 50 mil provenientes de aplicações financeiras, assim como para lucros e dividendos de corretoras estrangeiras e trusts, abrangendo também as criptomoedas.

Embora a Receita Federal já estivesse cobrando tributos sobre criptoativos, tratando-os como aplicações financeiras, a eventual sanção do projeto implicaria em alterações na data de recolhimento do imposto e nas faixas de tributação. Para os investidores, a principal mudança será a perda da isenção para ganhos em operações estrangeiras, cujo valor mensal seja inferior a R$ 35 mil.