Após quase quatro anos desfrutando de vantagens e privilégios proporcionados pela atual gestão, um grupo de vereadores agora conspira para destituir o prefeito em uma manobra que expõe traição e interesses mesquinhos. A ação, amplamente criticada pela sociedade, parece ser coordenada por um empresário eleito recentemente para suceder o cargo e que já busca exercer influência antes mesmo de assumir oficialmente.

Ao longo do mandato, muitos desses parlamentares foram contemplados com dezenas de cargos comissionados para acomodar aliados, amigos e familiares. Além disso, alguns recebiam valores adicionais que, segundo fontes, superavam os R$ 20 mil mensais, pagos por meio de empresas terceirizadas contratadas pela prefeitura. Esses benefícios eram justificados como “complementos” ao salário de mais de R$ 7 mil, em troca de apoio irrestrito aos projetos do executivo municipal.

Entre os principais articuladores do afastamento está o chamado “vereador dos cocos”, que já se vangloriou de controlar mais de 200 cargos no governo. Outro nome de destaque na trama é um parlamentar de origem cigana, que chegou a ocupar uma secretaria municipal de relevância, mas não hesitou em aderir ao movimento de rompimento com o prefeito que antes o favorecia.

Mesmo vereadores que se diziam oposição não escaparam das benesses da administração. Beneficiados pelo chamado “mensalinho”, eles agora se unem para apoiar a destituição do gestor, recebendo incentivos de um empresário ligado a contratos vultuosos com a prefeitura.

A traição escancara não apenas a falta de ética, mas também a fragilidade moral de representantes que agem por conveniência, em detrimento dos interesses da população. Ao aceitar dinheiro para conspirar contra quem os apoiou durante todo o mandato, esses vereadores demonstram ser indignos da confiança pública. É preciso que a sociedade repudie firmemente esse tipo de comportamento e exija mais transparência e responsabilidade de seus representantes.