ROMA — O número de mortes pelo novo coronavírus na Itália subiu em 793 de anteontem para ontem. É o maior registro em um único dia desde o início da crise no país, que começou no fim de fevereiro. É também o terceiro recorde seguido de vítimas no país, que já soma 4.825 óbitos. O aumento em relação à última sexta-feira é de 19,6%: foram 627 óbitos naquele dia.
Na noite deste sábado, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, ordenou o fechamento de todas as empresas e fábricas não essenciais.
— A decisão tomada pelo governo é encerrar todas as atividades produtivas no território que não sejam estritamente necessárias, cruciais e indispensáveis, para nos garantir bens e serviços essenciais — disse o premier em pronunciamento pela televisão.
Conte acrescentou que farmácias, supermercados e lojas de alimentos, serviços postais, financeiros e de seguros, além de transporte, continuarão em operação. O primeiro-ministro, porém, não especificou a lista de atividades de produção consideradas essenciais, mas explicou que tem trabalhado “com os sindicatos para fazer uma lista detalhada dos setores mais necessários para a operação do Estado nesta fase de emergência”.
O anúncio foi feito após vários apelos de autoridades do Norte do país e de médicos que pediram as restrições sobre os italianos fossem ainda mais rígidas para conter a propagação do vírus. Na quinta-feira, dia 19, a Itália já ultrapassara a China como o país que mais registrou mortes em decorrência da pandemia. O número total de casos na Itália subiu para 53.578, segundo informações da Agência de Proteção Civil. É um aumento de 6.557 em relação a anteontem. A situação no país é dramática, e em algumas regiões não há mais vagas nos cemitérios. Há casos em que os caixões precisam ser transportados por caminhões para outras cidades ou para serem cremados.
— Não podemos esconder a realidade que está diante de nossos olhos todos os dias. É a crise mais séria que o país passou desde a Segunda Guerra Mundial — afirmou Conte.
A região italiana mais atingida, a Lombardia, segue em situação crítica: foram, até agora, 3.095 mortes e 25.515 casos. O governo italiano já reportou 6.072 casos curados da nova doença até este sábado. Por outro lado, 2.857 cidadãos seguem internados em unidades de terapia intensiva.
A França também teve um salto no número de mortes no país, registrando 112 de sexta para sábado, num total de 562 óbitos. Há mais de 14 mil casos confirmados da doença no país, sendo que 6.172 estão hospitalizados, anunciou o Ministério da Saúde francês. Em 24 horas, o número de pessoas internadas aumentou em 946, e o número de casos graves submetidos a reanimação em mais de 220.
Com as novas estatísticas, mais de 12 mil pessoas morreram pelo Sars-CoV-2 em todo o mundo, desde que o vírus foi identificado em Wuhan, na China, no final de 2019.
Com informações do Jornal O Globo
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