Os quatro grandes clubes de São Paulo se uniram em busca de um boicote ao Athletico-PR. Incomodados com suposto aliciamento de jovens jogadores por parte dos paranaenses, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo assinaram um ofício no qual pedem à Federação Paulista de Futebol (FPF) que o Furacão não dispute a Copinha em 2023.
A Copa São Paulo de Futebol Júnior é um tradicional campeonato sub-20 que é disputado em janeiro e reúne clubes de todo o Brasil.
Contando também com apoio de times do interior, como o Bragantino, os quatro grandes de São Paulo ameaçam até mesmo não jogar a competição caso o Athletico-PR participe.
A Federação Paulista quer entender melhor o caso e saber se há provas de aliciamento. Nesse sentido, uma reunião com representantes de clubes deve acontecer na próxima semana na sede da entidade.
Vale ressaltar que a indicação dos clubes participantes da Copinha não é feita pela FPF, mas sim pelas federações de cada estado – neste caso, a Paranaense é quem aponta se o Athletico vai disputar o torneio.
O Furacão está ciente do movimento e trabalha nos bastidores para tentar minimizar essa rejeição. Recentemente, o clube também ficou fora da Copa Nike, torneio sub-15 realizado anualmente. Para reduzir os efeitos dessa ausência, a equipe viajou para o Paraguai.
Não é de hoje que a postura do Athletico-PR nas categorias de base gera incômodo em outras agremiações. Em 2020, o Botafogo acusou o Furacão de aliciar um atleta de 13 anos. Já em março deste ano, o Retrô citou “atitudes insidiosas” dos paranaenses em relação a jovens jogadores.
Entre dirigentes de categorias de base o entendimento é de que o Athletico tem atitudes que desrespeitam o código de ética constituído pelo Movimento dos Clubes Formadores do Futebol Brasileiro, que foi criado em 2012. Uma delas seria negociar com familiares de atletas com menos de 14 anos que já estejam em algum clube.
Outra acusação é de que o Furacão busca jovens em outras cidades e estados e oferece hospedagem a eles em casas e pousadas próximas ao clube – a lei só permite alojar atletas acima de 14 anos.
Antes dos 14 anos, os jogadores são cadastrados com um registro de Iniciação Desportiva, que é renovado anualmente e conta para somatória do cálculo do Mecanismo de Solidariedade da FIFA.
A partir dessa idade os atletas podem assinar o contrato de formação. Ainda assim, esse é um vínculo considerado frágil judicialmente. O contrato profissional – este sim difícil de ser rompido – é permitido somente a maiores de 16 anos.
Cartolas de clubes de diferentes estados criaram um grupo num aplicativo de troca de mensagens sem a presença de um representante do Furacão. O espaço serve, entre outras coisas, para compartilhamento de denúncias de aliciamento de jovens jogadores.
O ge tentou contato com Leonardo Coelho, coordenador do Athletico, mas não obteve resposta. A Federação Paulista de Futebol não quis comentar o caso.
Com informações do Globo Esporte
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