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Mais do que um esporte disputado entre equipes dentro das quatro linhas do gramado, o futebol faz parte da identidade cultural brasileira, tornando o amor pela bola um denominador comum entre pessoas de diferentes classes sociais e regiões do país.

A imensa popularidade do futebol traduz-se em um impacto significativo na economia, movimentando bilhões de reais anualmente em diversas indústrias, como a de apostas esportivas, a de turismo, a de entretenimento, a de venda de produtos licenciados, entre outras.

Nesse artigo, exploraremos como a paixão dos brasileiros atua como força motriz para gerar cifras bilionárias, afetando numerosos setores econômicos e milhões de pessoas.

O futebol movimenta bilhões enquanto indústria

Como adiantamos, o futebol é um setor complexo e dinâmico, que se relaciona direta e indiretamente com outras indústrias. Para quantificar tal impacto, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) encomendou um relatório da EY, companhia de consultoria empresarial, em 2018.

O relatório chamado de “O Impacto do Futebol Brasileiro” constatou que, aproximadamente, R$ 52.9 bilhões foram movimentados em torno da indústria futebolística. O valor correspondeu a 0,72% do Produto Interno Bruto (PIB) e incluiu valores relacionados a gastos com patrocinadores, mídia, torcedores, federações estaduais, clubes e a própria CBF.

Outro dado importante compartilhado pelo estudo foi a quantidade de empregos gerados em 2018 pelo esporte, direta ou indiretamente. Cerca de 156 mil pessoas foram empregadas, recebendo R$3.34 bilhões em salários e encargos sociais, sendo que mais da metade dos empregos estavam conectados a operações em dias de jogos.

Apostas esportivas são um novo aspecto da economia ligada ao futebol

Com cerca de 400 empresas de casas de apostas operando no Brasil, entre elas nomes populares, como Betano aposta online, Superbet, Estrela Bet entre outras, o setor de apostas esportivas é uma nova frente econômica associada ao futebol, movimentando milhares de reais.

Segundo o levantamento “O impacto das apostas esportivas no consumo” realizado pela PwC, consultoria empresarial, o desembolso com apostas esportivas em 2023 foi estimado entre R$ 40 a R$ 50 bilhões.

O valor supera em 41 vezes a quantia usualmente gasta com ingressos de futebol e 12 vezes a despendida com cinema e 3,5 vezes a investida em jogos eletrônicos. Isso indica como os brasileiros têm dado preferência às apostas esportivas como forma de entretenimento.

Com sua popularidade cada vez maior e em constante processo de regulamentação, espera-se que as apostas ajudem a movimentar ainda mais a economia relacionada ao futebol nos próximos anos.

Impacto econômico da paixão brasileira pelo futebol

Para compreender a relação entre o torcedor e o futebol no cenário econômico, podemos recorrer ao artigo “A importância do futebol na economia brasileira”, escrito por Fernando Blumenschein, PhD e MS em Economia pela Universidade de Cornell, e Rafael Kaufmann Nedal, bacharel e mestre em Matemática Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) e publicado em 2010 na edição “Futebol e Desenvolvimento Econômico-social” dos cadernos FGV Projetos.

Segundo os autores, o principal ponto da cadeia produtiva consiste na relação entre torcedor e clube, pois são os apaixonados pelo esporte que compram ingressos e produtos de merchandising, servindo como uma base de clientes fiel para os times e, consequentemente, gerando fluxos estáveis de receita.

O setor do futebol também interage com outros mercados, como indicam os principais fluxos de renda. Isso porque o impacto econômico do esporte inclui o treinamento e negociação de passes de jogadores, o licenciamento de produtos, os direitos de transmissão, as cotas de patrocínio e mais.

“Ademais, a movimentação direta de recursos em função do futebol tem também como consequência impactos indiretos sobre outros setores da economia, visto que clubes, patrocinadores e outros agentes do futebol consomem insumos (materiais de trabalho, equipamentos etc.), produzidos por outras empresas, e empregam mão de obra, que, por sua vez, transforma parte dessa renda em consumo.”, explicam os autores do estudo.

O resultado disso é um efeito multiplicador, ou seja, o valor agregado pelo futebol acaba reverberando indiretamente por todos os segmentos da economia.

Conclusão

A paixão pelo futebol no Brasil transcende as arquibancadas e se transforma em uma força econômica de grande relevância para o país.

A movimentação bilionária gerada em torno desse esporte, impulsionada pelo entusiasmo dos torcedores, envolve uma vasta gama de setores, desde o turismo e entretenimento até o merchandising e as apostas esportivas.

Com cada nova tendência, como o crescimento das plataformas de apostas, o futebol continua a expandir seu impacto, mostrando que essa paixão nacional é também um motor vital para o desenvolvimento econômico.

O futebol brasileiro, mais do que um esporte, é um catalisador que conecta cultura, economia e sociedade, gerando riqueza e oportunidades em diversas frentes e reafirmando seu papel central na vida de milhões de pessoas.