A ponte Monsenhor Luís Alves Madureira, construída sobre o rio Itapecuru, em Rosário, a 75 km de São Luís, apresenta sinais evidentes de deterioração devido à falta de manutenção. Inaugurada no final da década de 1980, a estrutura é a principal via terrestre de acesso a um dos mais importantes polos turísticos do Maranhão, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) realizou uma inspeção no local no ano passado e afirma que não há risco estrutural. No entanto, motoristas e pedestres que trafegam diariamente pela ponte temem que a falta de conservação possa levar a um colapso.

Os problemas são visíveis e preocupantes. Em vários trechos, há fissuras no asfalto que se estendem de uma extremidade à outra da pista, alcançando até as muretas de contenção. Além disso, buracos já começam a surgir sobre a ponte, tornando o trajeto ainda mais perigoso para os condutores.

As laterais da ponte, destinadas ao tráfego de pedestres e ciclistas, também apresentam problemas. Sem espaço adequado e com passarelas inseguras, muitos acabam se arriscando ao dividir a via com os veículos.

“O espaço é pequeno para passar aqui dentro. Quando a gente vem andando sozinha, até dá, mas de bicicleta não tem como. O jeito é vir pelo meio da pista, e isso é muito arriscado”, relata Maria Francisca Pereira, pescadora da região.

Outro fator que preocupa é a corrosão das laterais metálicas da ponte, que já apresentam sinais de ferrugem. Com isso, muitas pessoas evitam se segurar nelas, aumentando o risco de acidentes. O guarda-corpo, que deveria oferecer segurança, tem apenas 1,30 metro de altura, pouco acima do mínimo de 1,10 metro exigido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Posicionamento do DNIT

Em nota, o DNIT informou que a ponte foi vistoriada em dezembro de 2024 e que sua equipe técnica identificou falhas na estrutura em alguns pontos da laje do tabuleiro. O departamento esclareceu ainda que o trecho pertence a uma rodovia estadual, mas, por decisão judicial, está sob sua responsabilidade.

O órgão afirmou que solicitou novos levantamentos para avaliar o comportamento estrutural da ponte, mas reforçou que não há risco iminente e que a trafegabilidade de veículos está garantida.

Apesar da posição oficial, moradores e usuários da via continuam preocupados e cobram providências urgentes para evitar possíveis tragédias.