Com uma dívida de mais de R$ 63 milhões, Imperatriz, cidade a 629 km de São Luís, enfrenta uma crise no sistema de saúde pela falta de pagamento às empresas que prestam serviços ao município. Nesta sexta-feira (19), funcionários entraram greve para exigir que seus salários.
Ao todo, são 162 empresas contratadas para prestar serviços ao município que entraram com processos para cobrar o pagamento dos valores atrasados. Em outubro de 2023, a prefeitura apresentou à Justiça um total de R$ 63.092.582,82 em dívidas.
Uma empresa de limpeza contratada pelo município para prestar serviços no Hospital Municipal de Imperatriz, o Socorrão, cobra um acumulado de R$ 353.014,50 que não foi repassado. Há uma semana, os funcionários começaram uma greve para cobrar o pagamento dos salários atrasados.
Como não tiveram uma resposta da gestão municipal, decidiram paralisar os serviços desde segunda-feira (15). De acordo com a funcionária Elem Viana, existe a possibilidade de uma exoneração em massa por causa da falta de dinheiro.
“Eles estão querendo colocar a gente pra fora. Aí fica difícil. A gente querendo trabalhar, mas sem salário, como que trabalha se o dinheiro não tá na conta?”, desabafa a servidora.
Prefeitura culpa Justiça pela falta dos pagamentos
A Prefeitura de Imperatriz afirma que o processo de pagamentos das dívidas iniciou desde final de 2023, quando foi obrigada pela Justiça a fazer o pagamento dos fornecedores.
Em nota, o município diz que os pagamentos dos fornecedores de saúde estão sendo feitos em parcelas de R$ 500 mil por mês em uma conta judicial e acusa a Justiça de não autorizar que o valor os repassado. A juíza da 2ª Vara da Fazenda Pública, Ana Lucrécia, desmente a versão emitida.
“No dia 5 de outubro, o valor do débito da saúde do município de Imperatriz era de R$ 63.092.582,82. Aqui, a gente ta tratando de um depósito judicial que existe hoje no processo de R$ 1 milhão. São duas parcelas dessas de R$ 500 mil que houve um acordo. Ou seja, R$ 1 milhão é uma gota no oceano de 63 milhões”, disse a juíza.
A juíza Ana Lucrécia cita ainda denúncias dos funcionários da saúde que relataram o falta de material que impedem continuidade dos serviços prestados à população.
“Chegaram a fazer cirurgia segurando a lâmpada do celular porque o foco cirúrgico não estava funcionando. Chergaram a dizer que faltavam fios, que os carrinhos de anestesia não estavam equilibrados. Ou seja, eles colocavam a anestesia sem saber se era a dosagem adequada para aquele paciente”, finaliza.
A Secretaria de Saúde de Imperatriz (SEMUS) emitiu uma segunda nota reafirmando que o acordo com a Justiça previa o pagamento de quatro prestadoras de serviço tais como clínica médica e neurológica, serviço de limpeza e recolhimento do lixo.
Com informações do G1
Deixe um comentário