Apesar da derrota presidencial de Fernando Haddad para Jair Bolsonaro (PSL), PT conseguiu uma hegemonia inédita nos governos estaduais do Nordeste. Com a vitória de Fátima Bezerra no Rio Grande do Norte neste domingo (28), o o Partido de Trabalhadores fecha esta eleição com quatro governadores eleitos.
Além dela, já haviam sido eleitos no primeiro turno Camilo Santana, no Ceará, Wellington Dias, no Piauí, e Rui Costa, na Bahia. A região foi a única do país a eleger petistas para o Executivo neste ano.
O partido também está nas coligações vencedoras de outros cinco estados, após a escolha de Belivaldo Chagas (PSD) para governar Sergipe. No turno anterior, já haviam vencido Renan Filho (MDB), em Alagoas, Flávio Dino (PCdoB), no Maranhão, João Azevêdo (PSB), na Paraíba, Paulo Câmara (PSB), em Pernambuco.
É a primeira vez que um partido vence em todos os estados da região. Mas esse aumento da força da legenda é recente.
Em 2002, quando elegeu Luiz Inácio Lula da Silva como presidente, o partido fez apenas um governador (Wellington Dias, no Piauí) e seus candidatos e apoiados perderam em todos os demais estados.
Quatro anos mais tarde, começava o salto petista na região: o partido melhorou seu resultado, com três governadores eleitos, inclusive na Bahia, o maior colégio eleitoral da região, com a vitória de Jaques Wagner. Outros dois aliados venceram.
Em 2010, mais uma alta: apesar de vencer como cabeça de chapa em apenas dois estados, o PT saiu vitorioso por coligações em outros quatro Estados, integrando seis governos favoráveis.
Na eleição passada, em 2014, foram três governadores eleitos e três aliados vencedores.
Das três maiores vitórias no primeiro turno em termos percentuais, o PT teve duas: a primeira no Ceará, com Camilo Santana; e a terceira na Bahia, com Rui Costa. Em Alagoas, Renan Filho (MDB) estava coligado com o PT e teve a segunda eleição com maior diferença de votos.
Para a cientista política da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) Luciana Santana, o bom resultado petista é um resultado direto da aprovação dos nordestinos às políticas públicas dos governos Lula e Dilma Rousseff.
“A região ainda apresenta sérios problemas estruturais, mas, se compararmos à realidade de 20, 30, 40 anos atrás, as mudanças foram significativas, especialmente para as classes mais baixas”, afirma.
“A conjuntura nacional também favoreceu a consolidação de uma resistência de oposição eleitoral no Nordeste. Fora isso, não se pode desconsiderar a desidratação de partidos como PSDB e MDB na região”, diz.
Com informações do site UOL
Nos grotões da Pobreza.