O que parecia improvável tornou-se realidade na vida de Jack Wiliam e Carla Mayara. Ambos se conheceram enquanto faziam tratamento contra a dependência química no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD Estadual), serviço que faz parte da rede estadual de Saúde. Depois disso, a luta contra as drogas ganhou reforço com o amor que cresceu entre os dois. Fruto desta história, o pequeno Arthur, que hoje tem três anos, é prova de que o amor sempre vence.
“Em 2014 eu fui para o CAPS procurar tratamento, pois não estava mais aguentando a dependência química em crack e a vida que eu levava. Minha mãe vivia sofrendo e por ela eu decidi parar”, afirma Jack Willian Ferreira, 31 anos. O autônomo conta que começou a dependência aos 18 anos com a merla e logo após passou a utilizar o crack.
Quando Jack Wiliam já estava em tratamento no CAPS AD, Carla Mayara também deu entrada na unidade levada por sua mãe para realizar o tratamento. “A minha mãe me levou ao CAPS em 2015, também por conta do vício em crack. Assim como o Jack, também comecei com a merla aos 18 anos. Em um determinado momento, já estava pegando as coisas da minha mãe para vender e adquirir mais droga, foi quando ela me levou para tratamento, aos 30 anos”, conta emocionada a dona de casa Carla Mayara Câmara Gonçalves, hoje com 35 anos.
Ela destaca ainda que, mesmo depois do início do tratamento, ainda fazia uso de entorpecentes, foi quando começou uma amizade com o Jack William.
O casal conta que a amizade e o apoio mútuo na luta contra o vício fizeram nascer uma bela história de amor. “Nós começamos primeiro uma amizade, onde nos apoiamos muito na luta contra o vício. E em certo dia, indo para casa, dentro do ônibus aconteceu. Começamos a namorar, ela largou definitivamente as drogas e até hoje estamos juntos, lembro exatamente desse dia, 3 de dezembro de 2016. Três meses depois do início do relacionamento amoroso, nós formalizamos a nossa união estável”, diz Jack William.
Eles destacam, ainda, que a assistência recebida no CAPS AD Estadual foi definitiva para o abandono do vício. “Há quatro anos não tenho mais contato com a droga, graças ao atendimento que recebi no CAPS. Lá, tivemos acompanhamento com médicos, enfermeiros, fizemos exames, recebemos medicação, participamos de várias oficinas de artesanato e interação. Nós chegávamos às 8h da manhã e saíamos às 17h”, ressalta Carla Mayara.
Para o diretor do CAPS AD Estadual, Marcelo Costa, a história desse casal é exemplo do trabalho realizado pela unidade há 12 anos. “Nossa função vai além da medicação, também é promover o convívio social. E quando encontramos personagens como esses é uma sensação de dever cumprido. Quer dizer que o CAPS realmente se propôs a fazer o que deve, impulsionando a pessoa a reconstruir a sua vida”, afirma.
O gestor complementa. “É importante destacar que não é permitido relacionamento dentro da unidade, mas como o CAPS é um regime substitutivo ao modelo de internação, o paciente tem a sua vida do lado de fora, e lá, ele tem o livre arbítrio”.
A unidade que conta com o apoio de uma equipe multidisciplinar especializada em tratamento da dependência química, atende em média cerca de 200 a 250 pessoas por mês em diversos regimes.
Ascom
A historia e bonita, mais ele ainda continua com cara de Nóia
Eu sou testemunha de muitas histórias como essa. É possível a recuperação de dependentes químicos, basta que essa pessoa aceite ser tratada, porém infelizmente o desprezo e o preconceito jamais deixarão de existir. Infelizmente. Parabéns à nova família, que Deus abençoe.