O corpo do caminhoneiro Kécio Francisco dos Santos Lopes, de 42 anos, foi sepultado na manhã desta quarta-feira (25), no cemitério de Demerval Lobão, a 34 km de Teresina. Devido ao estado avançado de decomposição, o velório foi breve, durando menos de duas horas, na residência dos pais da vítima.

Kécio foi uma das vítimas do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, localizada na BR-226, que liga Estreito (MA) a Aguiarnópolis (TO). Ele dirigia uma carreta carregada com defensivos agrícolas no momento do acidente, ocorrido no domingo (22), por volta das 14h50. O corpo foi localizado na manhã de terça-feira (24) pelo Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins e identificado por familiares.

Natural de Demerval Lobão, o caminhoneiro deixou esposa e uma filha de seis anos. Segundo familiares, o rastreador do caminhão perdeu sinal logo após o desabamento, confirmando que o veículo havia caído no rio. Documentos pertencentes a Kécio foram encontrados próximos ao local do acidente.

A jornalista Mikaela Ramos, prima do caminhoneiro, relatou que a família perdeu contato com ele por volta das 14h30 de domingo, momentos antes da tragédia.

“Sabemos que ele estava em deslocamento para o Tocantins, atravessando a ponte. A empresa para a qual ele trabalhava ligou para nossa família na noite de segunda-feira (23), informando que imagens de câmeras de segurança mostravam a carreta conduzida por ele passando pela ponte cerca de dois minutos antes do desabamento”, explicou Mikaela.

Ela também destacou a dor da família e a sensação de que a tragédia poderia ter sido evitada.

“A dor e a angústia desse momento são indescritíveis. É uma tragédia que poderia ter sido evitada. A ponte visivelmente precisava de reparos urgentes, mas nada foi feito. Agora, o que resta são as dores das famílias atingidas”, lamentou.

As buscas pelos desaparecidos foram retomadas na manhã de terça-feira (24) pela Marinha, que utiliza botes devido à contaminação do Rio Tocantins por produtos tóxicos transportados pelas carretas. Pelo menos oito veículos caíram no rio durante o acidente.

Amostras de água foram coletadas por órgãos ambientais, enquanto o Ministério Público Federal (MPF) investiga os danos ambientais causados pelo desastre.