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O câmbio automático é, sem dúvida, uma das maiores comodidades da vida moderna ao volante. Porém, quando o sistema começa a dar trancos nas trocas de marcha, o conforto vira preocupação. Esse comportamento pode indicar desde um simples problema de fluido até falhas mais sérias em componentes internos.

Entenda as principais causas desses trancos, como identificar os sinais de alerta e o que fazer para evitar maiores danos — inclusive em uma peça fundamental: o conversor de torque.

Fluido de transmissão vencido ou com nível incorreto

O fluido de transmissão tem um papel essencial no bom funcionamento do câmbio automático. Ele atua como lubrificante, fluido hidráulico e agente de refrigeração. Se estiver vencido, contaminado ou com o nível abaixo do ideal, pode causar trocas de marcha bruscas, superaquecimento e desgaste excessivo dos componentes.

Verificar o nível e o estado do fluido deve ser o primeiro passo sempre que notar trancos ou funcionamento anormal. Vale lembrar que cada montadora tem uma especificação diferente de troca — e nem sempre ela aparece no manual como “obrigatória”.

Problemas na unidade de controle eletrônica (TCU)

Hoje em dia, a maioria dos câmbios automáticos são controlados por módulos eletrônicos que gerenciam as trocas com base em dados de sensores. Quando há uma falha em sensores de velocidade, posição do acelerador ou até na própria central TCU (Transmission Control Unit), o sistema pode ficar “confuso” e fazer trocas incorretas ou abruptas.

Em muitos casos, um simples escaneamento com scanner automotivo já revela códigos de falha que ajudam no diagnóstico.

Desgaste ou defeito no conversor de torque

Se você nunca ouviu falar dele, o conversor de torque é um componente essencial do câmbio automático. Ele substitui a embreagem nos veículos automáticos e é responsável por transferir a força do motor para a transmissão de forma suave e contínua.

Quando o conversor começa a falhar — seja por desgaste interno, vazamentos ou travamentos — os sintomas mais comuns são trancos ao engatar a marcha, dificuldade para arrancar e aumento do consumo de combustível.

Solenóides de controle com defeito

Os solenóides são pequenas válvulas eletro-hidráulicas que controlam a passagem do fluido dentro do câmbio. Elas são fundamentais para determinar quando e como as marchas serão trocadas. Se uma ou mais delas estiverem com defeito, o câmbio pode dar trancos, pular marchas ou ficar preso em uma única posição (modo emergência).

O reparo geralmente envolve diagnóstico eletrônico e, em alguns casos, a substituição da válvula defeituosa.

Falta de manutenção preventiva

Apesar da fama de “manutenção zero” dos câmbios automáticos, a verdade é que esse sistema também exige cuidados. Trocar o fluido regularmente, fazer revisões periódicas e respeitar o modo correto de dirigir (evitando forçar reduções ou dirigir com excesso de carga) são atitudes que ajudam a prolongar a vida útil do sistema.

Conclusão

Se o câmbio automático do seu carro começou a dar trancos, não ignore o sinal. Muitas vezes, o problema começa com algo simples — mas pode evoluir para danos mais sérios (e caros) se não for resolvido logo.