Em live com a jornalista maranhense Roberta Gomes, bisneta do criador do Guaraná Jesus, o Dr. Jesus Gomes, o governador Flávio Dino afirmou que o presidente Jair Bolsonaro veio ao Maranhão, em visita institucional, espalhar discurso odioso e preconceituoso.
“Vocês sabem que o presidente da República resolveu nos visitar ontem para inaugurar 5 km de asfalto – o que eu achei muito pouquinho para 2 anos de governo – e na falta do que fazer, além de passear, destilou ódios, agressões e preconceitos e um deles contra a marca que é a identidade do povo do Maranhão, que é Guaraná Jesus”, disse o governador do Maranhão.
Na quinta-feira, dia 29, o Bolsonaro passou pelas cidades de São Luís, Bacabeira e Imperatriz. Nas duas últimas, afirmou que que, ao provar Guaraná Jesus, que é cor-de-rosa, viraria “boiola igual aos maranhenses”e que “num curto espaço de tempo ia mandar embora o comunismo do Brasil”.
Flávio Dino disse que essa espécie de inimputabilidade que o presidente acha que tem, o faz pensar que ele pode fazer ou falar qualquer coisa. “O Guaraná Jesus é algo que faz parte nossa presença no Brasil, no Maranhão, é também a bela história de um empresário progressista. Temos orgulho da nossa cultura, das nossas tradições, da nossa gastronomia, das nossas marcas, da nossa identidade”, pontuou Dino.
Guaraná é tradição maranhense
Durante a live, a jornalista Roberta Gomes contou a história do maranhense que é o criador de um dos patrimônios imateriais do Maranhão.
“Ele veio pra São Luís, analfabeto, morou de favor na casa de amigos, quando começou a trabalhar em uma farmácia. Em 5 anos ele já tinha uma caderneta com 29 fórmulas de produtos farmacêuticos, receitas feitas pelos médicos locais. Ele fez o curso de Farmácia, sendo um dos fundadores do mesmo. É uma história inspiradora de alguém que lutou muito e que revolucionou em seu tempo”, disse a jornalista.
Ela narrou que o bisavô decidiu fazer uma espécie de “água gasosa”. Foram muitos estudos e tentativas até chegar na fórmula do famoso guaraná Jesus.
“Além de ser um homem trabalhador e de ter uma mente brilhante, ele estava sempre pensando à frente. Ele pensava muito no social, na cultura, bancou estudos do conhecido artista plástico maranhense Ambrósio Amorim, na Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro. Ele valorizava os seus funcionários, por exemplo, com participação nos lucros da empresa, isso em uma época que ainda não existia esse tipo de relação”, disse Roberta ao citar trechos do livro que narra a história de Jesus Gomes.
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