A blogueira Erika Carollyne Costa Araújo, conhecida nas redes sociais como Arlequina PRT 01, foi presa nesta segunda-feira (5), na cidade de Timon, no Maranhão. A prisão é parte da Operação Faixa Rosa, conduzida pela Polícia Civil do Piauí, que investiga a atuação de mulheres ligadas a organizações criminosas. Outras 11 suspeitas haviam sido presas na última quarta-feira (30).
Segundo o delegado Charles Pessoa, coordenador do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Erika é natural do município de Porto, localizado a 170 km ao norte de Teresina, e teria se mudado para a capital após ser cooptada por uma facção criminosa.
Ao descobrir que era alvo da operação, a blogueira fugiu para Timon, onde passou a ser monitorada pelos policiais até ser capturada.
“Temos muitos elementos que vinculam ela à facção. Ela já havia sido presa anteriormente por tráfico de drogas e, em depoimento, confessou o envolvimento. Ela integra o grupo de mulheres investigadas na Operação Faixa Rosa e deveria ter sido presa na quarta-feira, mas não foi localizada a tempo”, afirmou o delegado.
Ainda segundo Charles Pessoa, Erika não atuava apenas como apoiadora, mas participava diretamente do tráfico de entorpecentes e de ações conhecidas como “Tribunal do Crime”, que incluem julgamentos e punições impostas dentro da facção.
Doze mulheres presas
Ao todo, 15 mulheres são alvos da Operação Faixa Rosa, que teve mandados judiciais cumpridos nas zonas Sul e Sudeste de Teresina, além dos municípios de Demerval Lobão, Nazária e Timon. A ação resultou, até agora, na prisão de 12 suspeitas.
De acordo com o Draco, as investigadas exercem funções diversas dentro das organizações criminosas, como logística para o tráfico de drogas, suporte a ações violentas, recrutamento de novos membros, aplicação de sanções internas, arrecadação de dinheiro ilícito e disseminação de ordens das lideranças.
As investigações indicam ainda o uso de linguagens codificadas e símbolos das facções em redes sociais, além da existência de um estatuto interno com regras e punições.
“A análise pericial de um dos aparelhos celulares apreendidos revelou provas contundentes da estrutura hierárquica da organização. Encontramos, por exemplo, um grupo de WhatsApp chamado ‘A luta não para’, no qual foram identificadas mensagens, cadastros, estatutos e ordens internas relacionadas à atuação das investigadas”, informou o Draco.
Para a Polícia Civil do Piauí, o crescente envolvimento de mulheres com o crime organizado revela uma nova face da criminalidade contemporânea e representa um desafio adicional para as forças de segurança.
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