Os bebês prematuros que nascem no Hospital Regional Alarico Nunes Pacheco, em Timon, e que ficam por um longo de tempo na internação neonatal têm recebido um cuidado especial e diferenciado na unidade. Além de todo acompanhamento médico e de equipe multidisciplinar, os bebês são envolvidos em estratégias de humanização, que têm sido cada vez mais incentivadas nas unidades da rede estadual de saúde.          

A diretora administrativa do Hospital Regional Alarico Nunes Pacheco, Camila Pereira, explica como o uso de redinhas nas incubadoras foi implementado na unidade. “Para favorecer um posicionamento adequado, são utilizadas algumas estratégias nas UTIs Neo, dentre elas o uso das redinhas. O recurso busca simular o útero da mãe, dando ainda suporte na postura e no movimento, propiciando maior aconchego dos bebês nas incubadoras”, conta a diretora.

A ideia tem como base a Política Nacional de Humanização, uma política pública no SUS voltada para ativação de dispositivos que favoreçam ações de humanização no âmbito da atenção e da gestão da saúde. Na unidade, o item tem contribuído para o desenvolvimento neuropsicomotor dos bebês, proporcionando a estimulação do sistema vestibular, responsável pela detecção de movimentos do corpo e a manutenção do equilíbrio.

O uso das redinhas também otimiza a postura flexora, favorece a simetria, além de ajudar significativamente para o início do aleitamento materno.

Kellyvania Lopes, fonoaudióloga do hospital, explica como o uso de redinhas dentro das incubadoras pode fazer os bebês se sentirem bem. “É o que de mais humano podemos simular, pois é a possibilidade de aconchego do recém-nascido na ausência da mãe. Tudo isso é feito de maneira substitutiva, onde a equipe dá o carinho e o aconchego, uma vez que o toque e o calor humano são necessários no desenvolvimento do bebê”, comentou.

Os recém-nascidos que fazem uso das redinhas precisam, primeiro, ter o seu quadro clínico estabilizado. Depois, são averiguadas as repercussões do uso da estratégia, bem como a otimização dos sinais vitais, tais como oxigenação e frequências respiratória e cardíaca.

A ideia da implementação da estratégia no Hospital Regional surgiu por conta do aumento do número de prematuros, que acabam tendo uma maior permanência dentro do ambiente hospitalar. Mesmo sendo um projeto piloto, a ação já tem apresentado bons resultados, como a melhora do sono dos bebês, além de melhora no padrão respiratório e na saturação.