Relatório divulgado em junho deste ano pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública mostra que o Maranhão é o segundo estado do Brasil que mais insere perfis genéticos de condenados na Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), sistema que mantém, compartilha e compara DNAs obtidos em laboratórios de genética forense de todo o país.
Os perfis genéticos armazenados na RIBPG são confrontados em busca de coincidências que permitam identificar criminosos, relacionando suspeitos a locais de crimes, ou diferentes locais de crimes entre si.
Esse número é resultado do trabalho desenvolvido pelo Instituto de Genética Forense do Maranhão (IGF-MA), equipamento que integra a Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC), órgão da Polícia Civil do Maranhão, que atua nas resoluções de crimes com o auxílio da genética e da biologia molecular.
Criado em 2017, o IGF-MA também aparece no relatório do Ministério da Justiça e Segurança Pública como o quinto estado brasileiro que mais insere DNAs em relação ao número total de perfis genéticos identificados no Brasil.
O IGF do Maranhão é referência no Brasil por ser equipado com alta tecnologia de aplicação mundial, possuir a maior estrutura física entre os Institutos de Genética Forense do Brasil e utilizar o mesmo sistema de confronto e identificação da polícia dos Estados Unidos – o Combined DNA Index System (CODIS), software adotado pelo FBI.
Graças a esse trabalho de análise genética, a Polícia Civil já conseguiu desvendar a autoria de crimes que estavam havia 10 anos engavetados. De acordo com o biólogo especialista em genética Geyson Souza, gerente técnico do IGF-MA, por ano, o instituto vem ajudando a solucionar cerca de 350 crimes envolvendo a análise de DNA extraído de vestígios deixados em cenas de crimes, como sangue, sêmen, unha, fio de cabelo, saliva, suor, pele, entre outros.
Atualmente, o banco de perfis genéticos do Instituto maranhense conta com 2.281 amostras de DNAs de condenados pela Justiça e mais 1.700 amostras à espera da análise. A meta é que até o final de 2019 esse número suba para 4.300.
“Nós seremos um instituto ainda mais forte quando tivermos materiais sendo coletados na cena de crime, sendo analisados e formando esse banco. Isso vai dar força para gente ajudar nas investigações criminais, ajudar o Ministério Público, propondo denúncias e ajudar o judiciário, não somente a condenar, mas também a absolver”, destaca.
Ampliação dos dados genéticos
No Instituto de Genética Forense do Maranhão, são realizados quatro tipos de exames: confronto de vestígios deixados nas cenas de crimes, identificação humana (quando não há outro meio para identificação de corpos), paternidade criminal (quando da chamada violência presumida em crimes sexuais contra menores de 14 anos) e o exame de violência sexual.
Segundo o diretor do IGF-MA, Américo Azevedo, a meta para os próximos anos é ampliar o banco genético usando outros parâmetros, como vestígios de crimes, desaparecidos, restos mortais não identificados, suspeitos, entre outros.
“Hoje a gente tem um banco basicamente só de condenados. Esse trabalho vem do serviço que é feito pelos peritos da área externa, outra sessão da perícia técnica, onde são coletados os vestígios em locais de crimes relacionados. Os peritos repassam para o Instituto de Genética Forense e a gente processa essas amostras e insere no banco”, explica.
Com apenas dois anos de atuação, a contribuição do banco de perfis genéticos do Instituto de Genética Forense do Maranhão está bem acima de estados como o Rio de Janeiro, que atua com esse tipo de serviço há mais de cinco anos.
Ascom
Deixe um comentário