O Governo do Maranhão inaugurou neste sábado (25), no Centro Histórico de São Luís, o Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia (IEMA) dedicado exclusivamente à gastronomia. O evento contou com a presença da renomada cozinheira Paola Carosella, que aceitou convite do governador Flávio Dino e ministrou a aula inaugural utilizando ingredientes da agricultura familiar.

O prédio também abrigará o Restaurante da Educação, voltado para alunos e servidores da educação básica e do ensino superior das redes estadual e federal, e que tem como objetivo servir diariamente mil refeições no almoço, por R$ 3, e 500 no jantar, ao preço de R$ 1.

De acordo Flávio Dino, a motivação para inaugurar tanto o IEMA Gastronomia, enquanto mais um restaurante popular, é a mesma que move as ações do seu governo, de combater o problema da desigualdade de oportunidades no Maranhão, reflexo da desigualdade brasileira.

“Nós acreditamos que a educação figura sempre no centro desse conjunto de ações que marcam essa estratégia de progresso social. Este equipamento, portanto, é a consequência dessa opção que nós fizemos pela educação, por ser uma escola, uma escola que tem um propósito todo especial de também preservar a nossa cultura, a nossa identidade, nossos saberes tradicionais, o conhecimento regional, agregar valor a isso tudo para poder possibilitar, para poder garantir oportunidade de trabalho e de renda para milhares de pessoas como já acontece. Nós queremos que aconteça de modo ainda mais qualificado; esse é o papel portanto do IEMA Gastronomia”, explicou o governador durante a inauguração.

Paola Carosella, por sua vez, defendeu o papel transformador da educação e citou como exemplo a experiência que viveu durante a inauguração de um de seus restaurantes em São Paulo nos anos 2000.

“Meu segundo restaurante em São Paulo abriu faz treze anos e mais da metade dos cozinheiros que trabalha comigo é da Bahia. Naquela época, eles chegaram com 18 anos, muitos deles sem as digitais, porque trabalharam em minas de carvão, sequer conseguiam fazer o RG, não sabiam ler nem escrever, e se transformaram através da cozinha. A hotelaria e a gastronomia movimentam mais de 3% do PIB do Brasil e são poucos os governos que investem em treinamento e ensino para as pessoas cozinharem. Ensinar as pessoas a cozinhar, construir cozinhas comunitárias, fortalecer a agroecologia e, obviamente, a alimentação escolar, é a melhor ferramenta que o país tem contra a fome”, garantiu.

Carosella disse ainda estar impressionada com a quantidade de restaurantes populares no Maranhão, uma das políticas públicas do governo Dino. “Antes de eu vir pra cá, porque a gente gosta de comer, eu dei mergulhada no Google, rápido, eu coloquei “os melhores restaurantes do Maranhão” e eu fiquei impressionada que a primeira coisa que apareceu foi a página do Governo com todos os restaurantes populares. É impressionante a quantidade de restaurantes populares que tem no Maranhão paras pessoas comerem bem. Flávio Dino, eu sou sua fã, de verdade. Acho que o que você tem feito, um governo incrível e conte comigo. Parabéns!”, completou.

56 restaurantes populares

Márcio Honaiser, secretário de Estado do Desenvolvimento Social, comentou sobre o Maranhão possuir uma das maiores redes de restaurantes populares do Brasil. Em 2015, o Estado contabilizava apenas seis unidades, todas na capital. Com a entrega do Restaurante da Educação, este número chega a 56, espalhados por todas as regiões do estado.

“O Restaurante da Educação é dedicado às pessoas da área da educação, professores, alunos, trabalhadores desta área, exatamente aqui no centro da nossa cidade, perto da praça João Lisboa, que vem atender um público que tinha essa grande demanda. Esse é mais um compromisso do governador Flávio Dino com a segurança alimentar: levar comida para as pessoas, principalmente nesse momento difícil que todos nós estamos atravessando em função da pandemia”, afirmou.

História no Centro

O prédio que abriga o Restaurante da Educação (térreo) e o IEMA Gastronomia (pisos superiores) foi construído em meados do século XX, mas esteve durante muitos anos abandonado. Conhecido como Edifício Bequimão, ele passou por ampla reforma, modernização interna e restauração da fachada, com investimento total de mais de R$ 3,6 milhões.

Alex Oliveira, reitor do IEMA, comentou sobre o novo projeto gastronômico, bem como a importância de dar utilidade para mais um prédio do Centro Histórico. “O IEMA Gastronomia é uma demanda ancorada na realidade maranhense, na riqueza gastronômica que nós temos no estado do Maranhão, e nós precisamos trabalhar essa riqueza, essa capacidade produtiva neste ramo, fazer esse aporte, trazer essa oportunidade para todos os nossos jovens. Estamos aqui num momento histórico, dentro de um Centro Histórico, trazendo todas as referências históricas, ocupando mais um prédio que também é uma grande contribuição para o estado do Maranhão, para a nossa cidade de São Luís. O IEMA estar aqui é um grande orgulho para todos nós”, concluiu.