O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional de 2025. A estatueta foi entregue na cerimônia deste domingo (2/3), marcando um momento histórico para o cinema brasileiro.

“Esse filme vai para uma mulher que, após uma perda enorme por um regime autoritário, decidiu não se render: Eunice Paiva”, declarou Salles ao receber o prêmio, dedicando a vitória às duas atrizes que interpretam a viúva na produção: Fernanda Torres e sua mãe, Fernanda Montenegro.

Essa é a primeira vez que um filme brasileiro vence nesta categoria, destinada a produções realizadas fora dos Estados Unidos e com diálogos predominantemente em um idioma diferente do inglês.

Em 1960, Orfeu Negro levou o Oscar de Melhor Filme Internacional (então chamado de “Melhor Filme Estrangeiro”). No entanto, apesar de ter sido filmado no Brasil, falado em português e estrelado por atores brasileiros, a produção foi creditada à França, país do diretor Marcel Camus.

A história do filme

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aqui retrata um dos períodos mais sombrios da ditadura militar no Brasil, nos anos 1970.

A trama acompanha a família Paiva – composta por Rubens (Selton Mello), Eunice (Fernanda Torres) e seus filhos – cuja vida muda drasticamente quando Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece sem deixar rastros.

O elenco também conta com Valentina Herszage, Maeve Jinkings, Antonio Saboia, Olívia Torres, Humberto Carrão, Dan Stulbach, Charles Fricks, Luiz Bertazzo, Caio Horowicz e Daniel Dantas.

Com essa conquista histórica, Ainda Estou Aqui coloca o cinema brasileiro em evidência no cenário internacional e reforça o impacto de sua poderosa narrativa.